terça-feira, 21 de julho de 2015

37° postagem: resenha Onde a Lua não Está

Olá leitores,

  Foi difícil imaginar uma introdução para essa resenha, assim como foi difícil para mim “sentir” realmente o primeiro romance de Nathan Filer, um enfermeiro da ala de saúde metal.
  A história em si não tem nada surpreendente quando lemos a sinopse, o que me fez comprar o livro foi a declaração que ele nos dá atrás:

“Vou te contar o que aconteceu porque será uma boa maneira de apresentar meu irmão. O nome dele é Simon. Acho que você vai gostar dele. Eu gosto de verdade. Mas daqui algumas páginas, ele estará morto. E ele nunca mais foi o mesmo depois disso. ”.
Pensava que seria alguma história fantasiosa de um menino e seu falecido irmão, mas é totalmente diferente.  

  Matthew conta sua história em dois locais, no apartamento e no manicômio. Ele usa o computador da instituição e uma máquina de datilografar que ganhou de sua avó, por isso durante a leitura nos deparamos com dois tipos diferentes de letra. Ele conta de sua infância, da sua viajem com Simon, seu irmão que tem Síndrome de Down, e com sua família, conta o quanto foi difícil quando o irmão morreu e a partir daí o que aconteceu na sua vida.

  No meio do livro nos deparamos com palavras espaçadas, desenhos feitos por Matt e até uma árvore genealógica quando ele tenta descobrir de onde vem sua doença, além de cartas e as letras diferentes.

  Eu achei um tanto quanto confuso. Me perdi na passagem de um tempo para outro e Matt não prendeu minha atenção em nenhum momento. Algumas de suas reflexões são interessantes, mas realmente não foi uma leitura muito fluida.

  Acredito que quem goste de “As vantagens de ser invisível” vá gostar do livro pela questão do doente mental, dos problemas com isso, como ele reage na sociedade e como ele se sente, mas também não é via de regra, porque eu sou apaixonada pelas Vantagens e não gostei de Onde a Lua não Está. Mas basicamente, é a história de um doente mental e da sua vida como doente. De certa forma precisava ser espontâneo, sem muitas ligações fluidas, sem muita clareza, porque a cabeça dele não é clara, imagina tentar colocar essa confusão no papel.



  Acho que Nathan deve continuar se aventurando nesse mundo da escrita e continuar escrevendo sobre o que entende e o que vive, por que tem gente que achou muito legal sua escrita, nova e diferente.

Escala CS: Bom
Passagens favoritas:

“Quando Ashley Stone estava morrendo de meningite, talvez ele soubesse que estava morrendo, mas sua meningite não sabia. A meningite não sabe de nada. Mas minha doença sabe de tudo que eu sei. Isso era uma coisa difícil de lidar mentalmente, mas no momento em que eu entendi, minha doença entendeu também. ” Pág. 67

“Olá, meu nome é o seu potencial. Mas pode me chamar de impossível. Eu sou as oportunidades perdidas. Sou as expectativas que você nunca vai cumprir. Sempre estou implicando com você, por mais que tenha esperança. ” pág.107

“E houve outros momentos em que me permiti esquecer. Toda manhã de despertar, de acreditar pelo mais breve instante que tudo era normal, tudo estava bem, antes do chute nas entranhas me lembrar que não estava. ” Pág.232


Espero que tenham gostado 
Muitos beijos 
Cherry Suicide

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