segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

40º postagem: resenha A vida oculta de Fernando Pessoa

Olá leitores,
Depois de muito tempo ausente, voltei para tentar recuperar o tempo perdido.

Atualmente, os quadrinhos veem crescendo muito rapidamente, proporcionando uma nova forma de leitura. Seus diferentes estilos, desenhistas, escritores e formas proporcionam uma leitura rica e com muita imaginação. Mas eles não ficam mais restritos aos super-heróis, hoje qualquer história, qualquer livro e qualquer sonho pode tornar-se um quadrinho.
Eventos como a “Comic Con Experience” trazem desde as celebridades dos quadrinhos até os ainda ocultos, que muitas vezes apresentam trabalhos fantásticos.

Hoje vou apresentar A vida Oculta de Fernando Pessoa.
A maioria das pessoas conhece esse autor português das aulas de literatura, em poemas como Autopsicografia (O poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente) e Tabacaria (Não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada, à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo). Nessa outra versão da história do renomado escritor, Fernando descobre que pertence a uma sociedade secreta que protege o mundo de um mal, uma “doença”. Ele é obrigado a matar as pessoas com esse mal para evitar que ele continue se espalhando. Após a morte, ele escreve um poema e usa o nome do morto.
Um dia, os seus superiores chegam com uma última missão: matar Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Para quem não conhece muito, esses nomes são apenas mais outros três, mas no mundo real esses homens são os heterônimos de Fernando Pessoa. Heterônimo é “uma personagem fictícia, criada por escritores cujo objetivo é tentar compreender e propagar diferentes maneiras de ver a realidade exterior/interior” {Dicionário Informal}. Esses homens são parte da alma do autor na vida real e que foram desenhados como pessoas nos quadrinhos. Cada um tem uma característica da alma de Fernando na vida real. Ele se identificou com cada uma das personagens de um jeito diferente, pois eles ainda não estavam completamente doentes, entrando em contato com o pensamento de cada um, desde o bucolismo de Caeiro até a angustia existencial de Campos. Os poemas no final de cada morte tinham o estilo de cada um dos heterônimos.

Além de ser uma história com partes emocionantes, no final temos uma galeria de desenhos de outros desenhistas, uma amostra de como os quadrinhos foram feitos e uma explicação sobre o estilo de escrita de Fernando Pessoa e dos seus três principais heterônimos citados, pois na verdade são 127 “pessoas” dentro dele. Aí você pode perceber o quão complexa era a alma de Pessoa.


Ilustrado por Alexandre Leoni e escrito por André F. Morgado, A vida oculta de Fernando Pessoa pode ter um viés didático, uma nova forma de ensinar as pessoas que não se dão muito bem com as páginas sem imagens, mas também é um trabalho de arte e criatividade fantástico que deve ser experimentado por todos. Quem sabe as escolas adotem como uma forma de incentivar a leitura dos clássicos?! Quem não adora leu um quadrinho J ?

Passagens favoritas

“A morte é uma curva na estrada, morrer é só não ser visto... se escuto, eu te oiço a passada. Existir como eu existo... ainda hoje me pergunto: quem sou eu afinal? Mantenho vivas as memórias dos infortunados, que me entram e em mim habitam. E ao escrever em seu nome... encontro a serenidade que preciso para viver mais um dia. Fará isso de mim alguém? ”  pág. 13

“Alberto Caeiro: normal, normal... digamos que não. Mas sabe o que lhe digo? De que vale pensar tanto no amanhã se, para isso, desperdiço o meu viver no presente? ” pág. 32



""
pág.36


Espero que tenham gostado. Amanhã terá mais um especial com um quadrinho.

Artes preferidas:  




























Beijos
Cherry Suicide

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

39° postagem: resenha Surpreendente

Olá leitores,

  Depois de ler esse livro comecei a enxergar o mundo com outros olhos. Surpreendente, de Maurício Gomyde, é um livro surpreendente, espetacular, maravilhoso e muito acima do que eu esperava. Conheci de vista o Maurício a muuuuito tempo em um clube do livro e esse ano ele foi um grande sucesso de vendas na Bienal do Rio. Com tantos compartilhamentos no Facebook, decidi experimentar a literatura desse brasileiro e confesso que não quero mais lagar.

  Não estava esperando muito do livro. 265 páginas divididas por páginas azuis com frases inspiradoras. 
A história mostra Pedro, um jovem de 25 anos, cineasta, trabalha em uma locadora, idealizador do Cinema Felicidade e organiza o último cineclub de São Paulo. Ele usa um amuleto de olho turco, que ilustra a capa, dado pela avó quando ele descobriu uma doença que consumia sua retina. Sua chances de ficar cego eram todas, porém ele tornou-se um milagre na medicina, pois ela parou de ser destruída, restando a visão central.
  Seu grande sonho é ganhar o Cacau de Ouro, Oscar brasileiro. Na sua luta pelo prêmio, Pedro conta com a ajuda de seus amigos: Fit, Mayla e Cristal, menina apaixonante com seus cabelos de fogo e olhos chartreuse. Detalhar imagens e cores mostra como o protagonista depende do seu olhar de cineasta e de como ele presa a pouca visão que lhe resta.
   Pedro é aquele típico sobrevivente que viu em sua nova CHANCE uma maneira de tentar mudar o mundo e as pessoas, querendo fazer a diferença para alguém. O livro não foge para algo imaginário, ele é real como a vida: Cruel, Humilhante, Angustiante, Negado, Covarde e Egoísta. Nem com todo seu otimismo Pedro consegue fugir dos acidentes que a vida lhe deu, levando a Felicidade á uma Tristeza absoluta.
   
   Eu já esperava esse final, de certa forma, mas o jeito que Maurício conduziu fez ficar ainda mais emocionante. Todo o trabalho com as cores e formas no decorrer do livro fez desenvolver em mim não só a imaginação, como também uma segunda visão das coisas. Passagens emocionantes no decorrer do livro, momentos maravilhosos, músicas fantásticas e uma construção que surpreende qualquer um que encare essa revelação brasileira. Chorei, ri, shippei e morri a cada página que virava, sempre querendo mais. Capítulos curtíssimos, fluídos e rápidos só me fizeram acabar rápido e deixaram uma forte ressaca literária.

   Me sinto muito bem depois desse livro e com grande amor que coloco na estante e na minha lista de livros favoritos. Surpreendente.
Escala Cherry: Mudou minha vida.

Passagens favoritas:
"Sua vida segue assim: um grande e misterioso talvez." pág. 24

"-Prioridade do quê? Onde? Eu, hein! Bebeu, foi?
-Bebi só meio copo, mas já estou tropeçado em mim mesmo..." pág. 37

"-Nossa vida é feita de momentos esquecíveis, entremeados por pouquíssimos inesquecíveis. Por que não darmos a nós mesmos o presente de tentar viver um inesquecível?" pág. 49

"[...] A vida é complexa demais para ser esperada assim, como uma iluminação divina que vai bater á porta e entregar de bandeja todas as respostas. Pois, para seu governo, afirmo com todas as letras que essa encomenda nunca vai ser entregue embalada para presente. Você precisa ir até ela. E, se não for, o que vai sobrar? [...]" pág. 134

"Quem tem um porquê, enfrenta qualquer como." pág. 257

Espero que tenham gostado 
Muitos beijos 
Cherry Suicide

quinta-feira, 23 de julho de 2015

38° postagem: TAG- Cinco Histórias que Eu Gostaria de Viver

Olá leitores,


  Estou aqui hoje para fazer algo um pouco diferente. Minha última resenha (http://livronasferias.blogspot.com.br/2015/07/37-postagem-resenha-onde-lua-nao-esta.html) foi de um livro que eu não gostei muito e eu encontrei muita dificuldade para fazer a resenha, então vim compensar o post com uma TAG que eu descobri no blog “Minha Vida Literária” da Aione Simões (https://www.youtube.com/watch?v=_cGlxFvPQqA). A TAG chama 5 livros que você gostaria de viver.

  Acho que a minha primeira escolha não é segrego para ninguém:

1º Percy Jackson e os Olimpianos; Rick Riordan: Claro que essa é minha primeira escolha pelo fato de eu ter praticamente vivido esses livros. Eu cresci junto com o Percy e com todas as suas aventuras e em nenhum momento eu disse que não gostaria de estar lá. Pode ser um mundo perigoso e com baixa expectativa de vida, mas é como um sonho, tudo que aprendi sobre a Grécia virando realidade e finalmente alguma coisa ia quebrar a minha vida monótona. Não só a primeira coleção, mas também os Heróis do Olimpo (romanos ¬¬). Meios-sangues de São Paulo podem sentir essa vida por algumas horas nos encontros do Ibirapuera, mas eu acho que não seria tão boa com a espada, arco e flecha e luta assim repentinamente. Claro que já tenho isso no meu sangue, mas precisaria de um pouco de treino no Acampamento para realmente me dar bem.  

2º Feios; Scott Westerfeld: Com todo o seu ar futurístico e ao mesmo tempo crítico atual, a essa série tornou-se umas das minhas preferidas. O mundo de Tally é dividido em Vila Feia, onde os adolescentes de até 16 anos ficam, e Nova Perfeição, onde esses feios podem passar por diversas cirurgias e operações para mudar completamente aquilo que os tornam “feios”, tanto externamente quanto internamente, podendo ficar exatamente como sempre sonharam. Lá em Nova Perfeição é festa toda noite, farra, alegria, diversão e adrenalina, tudo que um adolescente poderia pedir. Porém existe um grupo nos limites da cidade chamado Fumaça. Lá todos são feios e quando a amiga de Tally some, o grupo de Especiais (como um exército) entra em guerra com os selvagens (que vivem na selva, não sanguinários, irracionais matadores.)
  Depois desse pequeno resumo, digo que escolhi esse livro porque Nova Perfeição parece um lugar simplesmente fantástico de se morar, onde tudo é possível e permitido e junto com esse sentimento adolescente encontramos também o clímax da história com muita aventura, lados para escolher, guerras, amores e mortes. Baladas + Guerra = tem coisa melhor em uma distopia?

3° Com Louvor; Cecily von Ziegesar: Esse seria aquele livro que passaria desapercebido na estante da livraria. Sem muita divulgação, pequeno e que não chama muita atenção. PORÉM, é um dos livros mais legais que eu já li. Ele conta a história de Shipley em sua nova vida na faculdade com um grupo nada homogêneo de amigos. Não tem monstros, não tem magia nem suspense. É só um livro real, que conta de um grupo de amigos que podemos encontrar em uma escola real e que podem ser até seus amigos. É só um ano de faculdade normal com coisas que adolescentes querem, novas sensações, novas experiências, novos sabores e novas amizades. Por isso que escolhi viver nele, é simples e bom. É novo, assim como o sentimento novo de estar em um lugar diferente com pessoas diferentes, ideias diferentes e vontades diferentes. 

4º O Circo da Noite; Erin Morgenstern: Se eu precisasse descrever esse livro em uma palavra ela seria: FANTÁSTICO. Por que ele é fantástico e por que ele é de literatura fantástica, minha preferida. É uma história linda e envolvente, tão bem estruturada e gostosa de ler que sem dúvida seria uma das minhas escolhas para viver. Consigo imaginar as tendas do circo, todas listradas, algumas altas outras baixas e em cada uma há uma surpresa mágica esperando. Sei que meus olhos lacrimejariam e brilhariam diante de tanta alegria, magia e emoção. É uma leitura muito gostosa de ser feita e agora...pensando bem... vou ler de novo só para fazer uma resenha, mas não sei se vou conseguir colocar no papel toda emoção que ele trás e todos os seus personagens envolventes. Sempre que penso nesse livro lembro de uma banda chamada Of Monsters and Men (https://www.youtube.com/watch?v=ghb6eDopW8Ias músicas e os clipes me lembram muito o ambiente do livro. 

5º Capitães da Areia; Jorge Amado: Não poderia deixar de falar do meu tão amado escritor brasileiro que viveu em um dos estados meus lindos e ricos do Brasil e conseguiu colocar tudo isso em uma série de livros fantásticos e também no meu preferido, Capitães da Areia. Parece estranho dizer que talvez eu quisesse viver na miséria, no frio, na fome, na dor e na luta de todo dia por um pouco de comida, mas...é a realidade de muitas pessoas. Seres humanos assim como nós vivem desse jeito, com fome, com frio, com dor e com medo. Não estou dizendo que quero isso, só acho que o que esses meninos passaram em um livro precisaria ser sentido por algumas pessoas para que caísse a ficha de que eles são como nós, o que nos separa é o pré-conceito que temos. Adoraria estar ao lado de Pedro Bala, João Grande, Professor, Dora, Sem Pernas e todos os meninos em suas aventuras, aventuras que não eram para derrotar um titã, ou um grupo rebelde, ou demônios, ou mortos vivos nem nada disso...é uma aventura para...viver. Lutam todo dia para isso e ainda pensam o que vão fazer no dia seguinte, porque para eles nada está garantido. Sentir o que eles sentiram, agir como um adulto na cruel realidade, sozinhos, quando na verdade eles têm apenas 13 ou 15 anos. Para ser realista com você leitor, não era algo que eu gostaria de sentir para sempre, seria mais como uma experiência de alguns dias. Não sei como conseguiria viver assim e também não sei como existem pessoas que vivem assim. Por isso é importante ajudar, é importante ser humano e não ignorar como se não fosse com você. É com a gente sim, isso que Amado mostrou. Somos tão culpados disso quanto qualquer um. Precisamos de consciência e de coração.

Espero que tenham gostado!
Muitos beijos
Cherry Suicide

terça-feira, 21 de julho de 2015

37° postagem: resenha Onde a Lua não Está

Olá leitores,

  Foi difícil imaginar uma introdução para essa resenha, assim como foi difícil para mim “sentir” realmente o primeiro romance de Nathan Filer, um enfermeiro da ala de saúde metal.
  A história em si não tem nada surpreendente quando lemos a sinopse, o que me fez comprar o livro foi a declaração que ele nos dá atrás:

“Vou te contar o que aconteceu porque será uma boa maneira de apresentar meu irmão. O nome dele é Simon. Acho que você vai gostar dele. Eu gosto de verdade. Mas daqui algumas páginas, ele estará morto. E ele nunca mais foi o mesmo depois disso. ”.
Pensava que seria alguma história fantasiosa de um menino e seu falecido irmão, mas é totalmente diferente.  

  Matthew conta sua história em dois locais, no apartamento e no manicômio. Ele usa o computador da instituição e uma máquina de datilografar que ganhou de sua avó, por isso durante a leitura nos deparamos com dois tipos diferentes de letra. Ele conta de sua infância, da sua viajem com Simon, seu irmão que tem Síndrome de Down, e com sua família, conta o quanto foi difícil quando o irmão morreu e a partir daí o que aconteceu na sua vida.

  No meio do livro nos deparamos com palavras espaçadas, desenhos feitos por Matt e até uma árvore genealógica quando ele tenta descobrir de onde vem sua doença, além de cartas e as letras diferentes.

  Eu achei um tanto quanto confuso. Me perdi na passagem de um tempo para outro e Matt não prendeu minha atenção em nenhum momento. Algumas de suas reflexões são interessantes, mas realmente não foi uma leitura muito fluida.

  Acredito que quem goste de “As vantagens de ser invisível” vá gostar do livro pela questão do doente mental, dos problemas com isso, como ele reage na sociedade e como ele se sente, mas também não é via de regra, porque eu sou apaixonada pelas Vantagens e não gostei de Onde a Lua não Está. Mas basicamente, é a história de um doente mental e da sua vida como doente. De certa forma precisava ser espontâneo, sem muitas ligações fluidas, sem muita clareza, porque a cabeça dele não é clara, imagina tentar colocar essa confusão no papel.



  Acho que Nathan deve continuar se aventurando nesse mundo da escrita e continuar escrevendo sobre o que entende e o que vive, por que tem gente que achou muito legal sua escrita, nova e diferente.

Escala CS: Bom
Passagens favoritas:

“Quando Ashley Stone estava morrendo de meningite, talvez ele soubesse que estava morrendo, mas sua meningite não sabia. A meningite não sabe de nada. Mas minha doença sabe de tudo que eu sei. Isso era uma coisa difícil de lidar mentalmente, mas no momento em que eu entendi, minha doença entendeu também. ” Pág. 67

“Olá, meu nome é o seu potencial. Mas pode me chamar de impossível. Eu sou as oportunidades perdidas. Sou as expectativas que você nunca vai cumprir. Sempre estou implicando com você, por mais que tenha esperança. ” pág.107

“E houve outros momentos em que me permiti esquecer. Toda manhã de despertar, de acreditar pelo mais breve instante que tudo era normal, tudo estava bem, antes do chute nas entranhas me lembrar que não estava. ” Pág.232


Espero que tenham gostado 
Muitos beijos 
Cherry Suicide

quarta-feira, 1 de julho de 2015

36º postagem: resenha Boneca de Ossos

Olá leitores,

  Hoje venho aqui, depois de muitos meses, começar mais uma temporada de resenhas (assim espero) dos meus livros de férias. Começando com chave de ouro com um dos sucessos de Holly Black e um dos livros do novo portal da Novo Conceito (#irado), Boneca de Ossos.
  Todos sabem que Black surgiu com a fama de livros de suspense e terror, mas confesso que só fui atrás do trabalho dela quando lançou um livro em parceria com Cassandra Clare chamada “O Desafio de Ferro”, porém acredito que seja um livro mais de aventura, como os de Cassie, do que propriamente um de suspense.

  Boneca de Ossos conta de a história de 3 amigos: Poppy, que aparenta ser a manda chuva das brincadeiras, uma ruivinha esquentadinha e que precisa de tudo do seu jeito; Zach, um menino em fase de crescimento que descobre, além do seu talento para criar histórias, um grande dom para o basquete, acreditando ser esse o único motivo do pai gostar dele; e Alice, uma órfã superprotegida pela sua avó, engajada no clube de teatro da escola e que também ama criar histórias. Aparentemente os três tem 12 anos e quando estão juntos gostam de brincar com seus bonecos, inventando histórias gigantes, que não terminam em um dia. Um dos personagens da atual brincadeira é uma boneca antiga de porcelana muito fina que eles chamam de Rainha, que fica trancada na cristaleira da mãe de Poppy. Eles começaram a adotar um nome para ela e dizer que ela morava em um castelo de cristal por que tinham medo dela, dos seus olhos meio abertos meio fechados e da palidez da porcelana...tão fina. Um dia, graças a uma reviravolta na vida de Zach, Poppy acaba tirando a boneca da cristaleira, chama Alice no meio da noite, acordam o menino para começarem uma aventura assustadora e ao mesmo tempo, diferente do que eu costumo ler. Só vão saber ser lerem.

  O que eu realmente queria falar é sobre o jeito que Black escreve, como se as crianças do livro fossem “normais” assim como nós, que lessem livros com personagens que se metem nas maiores aventuras e que quisessem vive-las também, mas estão no mundo real. Holly usa a 3ª pessoa, mas foca em Zach durante a história e, em um momento durante a jornada, descreve os pensamentos do menino: nos livros que lia, existiam grandes paisagens e perigosos inimigos (citando orcs e elfos- Senhor dos Anéis), enquanto na caminhada dele só via prédios, fabricas e um boliche, sendo seu único inimigo para lutar uma nuvem de moscas. Diz também que heróis pareciam não se importar com o sol, que Aragorn (Senhor dos Anéis, de novo) e Percy (SIM, PERCY JACKSON MEUS CAROS LEITORES \o/) não usavam protetor solar (Capítulo 10). Eu sou essa criança que lê desde pequena, que espera a carta de Hogwarts, que espera meu Sátiro, que espera um mago bater na minha porta me chamando para uma aventura, que espera algum dia encontrar alguém diferente para amar e que esse alguém me de grandes aventuras, que espera desenvolver um poder, ganhar uma missão, fazer algo diferente da monótona vida real. Holly diz, com as palavras de Poppy e os pensamentos de Zach, algo como: quando você cresce, descobre que as histórias eram mentira e não tem outro jeito de viver além da mesma vida chata e amarga. Pessoalmente, se crescer é perder toda minha imaginação, esperança e alegria de viver, eu não quero.
  Essa constante que é “crescer” acompanha o livro durante toda a trama. Começou com o pai de Zach e a atrocidade cometida por ele que, de certa forma, levou à grande aventura. Logo em seguida, o menino diz para as amigas que não quer mais brincar, o que leva Poppy a ficar muito nervosa. Ela começou a sentir que seus amigos estavam crescendo e ela estava ficando estranha. Zach ia ficar com os meninos do basquete paquerando as garotas e Alice ia ficar junto com seu grupo de teatro e fazendo coisas de menina crescida, tornando-se vaidosa e pensando em garotos. A ruivinha estava com medo de perder seus amigos, medo que eles fossem grandes demais para continuar brincando e inventando histórias com ela.

  Em uma tentativa desesperada de não perder seus amigos e acabar a aventura com Zach, mesmo o garoto insistindo que não podia mais brincar (problema com o pai), Poppy reúne a turma com uma história assustadora e uma missão para ser cumprida. No desenrolar, começamos a nos questionar se ela inventou tudo aquilo para tentar reunir os amigos ou se tudo era verdade mesmo, será que eles não estavam grandinhos demais para acreditar em história de fantasmas? De tão irreal e medonha que era a história, Zach e Alice tentam levar na brincadeira até a última gota, indo por causa da amiga, mas não tinha mais jeito de negar o que estava acontecendo.

  Como comentei no começo, a Novo Conceito criou essa nova plataforma chamada #irado que tem como objetivo o público juvenil e eu achei uma ideia muito esperta. A plataforma é toda colorida e apresenta os livros que são indicados para o público jovem, e pelo visto são histórias de crianças com aventuras, como essa da Boneca de Ossos.
  Apesar de ser um livro infantil eu achei a narrativa muito legal, fluida, gostosa de ler, tanto que acabei em dois dias. Comi suas 217 páginas com alguns calafrios de medo, que é o objetivo, e realmente entrei no sentimento das crianças que estão crescendo, com medo, incertezas e tudo mais. As ilustrações no meio do livro são um Up na nossa imaginação, ajudando a pensar nos momentos, nos lugares, nas crianças e naquela boneca sinistra #peloamor
Não é nem uma pitadinha, mas sim um grão de sal de romance no livro que, para leitores acostumados, sabe que poderá acontecer, mas quando é revelado para um jovem leitor tona-se um fato diferente e emocionante. Não é aquela coisa melosa de abraços e beijos e choro e tal, é tão básica e objetiva quando um romance dessa idade. Perfeito.
  No código de barra onde geralmente encontramos a editora vemos o símbolo do #irado e algumas carinhas que “filtram” o que vamos encontrar no livro. No Boneca de Ossos vemos alguns como Terror (realmente temos calafrios), Aventura (que toda criança quer viver) e Mistério (vamos descobrindo as coisas até a última página). É realmente uma ótima forma de incentivar a leitura.


Passagens favoritas:

“Por isso Zack adorava brincar: aqueles momentos em que ele parecia acessar outro mundo, que parecia mais real que qualquer outra coisa. Aquilo era algo que ele não queria abrir mão jamais” pág.8

“Ele se pergunta se crescer era descobrir que a maioria das histórias não passava de mentira.” Pág. 70

“Mas Zack queria que eles [fantasmas] fossem reais, queria desesperadamente. Se fossem reais, então talvez o mundo fosse grande o bastante para ter mágica. E, se existe mágica, talvez nem todo mundo tivesse que ter uma história como a do seu pai, uma história do tipo que todos os adultos que ele conhecia contavam, sobre desistir e crescer amargo.” Pág. 107

“Ele também não pensou que o sol estaria tão quente. Quando juntou suas provisões, ele não pensou em levar protetor solar. Aragorn nunca usava protetor solar. Taran nunca usava protetor solar. Percy nunca usava protetor solar. Porém, apesar de todo o precedente para não usá-lo, ele tinha certeza de que seu nariz estaria vermelho feito uma lagosta da próxima vez que olhasse no espelho.” Pág. 121 e capítulo 10 até 5º parágrafo.

Escala CS para classificação de livros: Perfeito

Espero que tenham gostado
Muitos beijos
Cherry Suicide

segunda-feira, 9 de março de 2015

35° postagem: Feliz Dia Internacional das Mulheres


Olá leitores e maravilhosas leitoras,

  Hoje é meu dia, seu dia, dia das nossas personagens favoritas. Hoje é o dia Internacional das Mulheres. Mas essa história é triste.

 As operárias de uma fábrica de tecidos situada Nova Iorque fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária para dez horas (fábricas exigiam 16 horas), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com muita violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram. 

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o dia 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Somente no ano de 1975 a data foi oficializada pela ONU.

Graças a força destas mulheres temos um dia reservado para nós, não para comemoração, mas sim para lutar ainda mais pelos nossos direitos. Hoje em dia, nossa luta não é só por igualdade no trabalho, é também, por exemplo, para termos segurança quando andamos nas ruas, tanto de dia quanto de noite. Ficamos assustadas com o simples comentário machista e nojento dos homens que andam por ai. Ficamos preocupadas em sair de casa com uma roupa mais curta, pois não importa como você seja, sempre existirá algum homem nas esquinas esperando para agir como um animal ou te chamar de nomes estúpidos. Mesmo no calor, saímos de calça por ai para tentar diminuir as chances de alguma coisa acontecer, mas isso raramente acontece. Não existem mais limites para a idiotice humana. Andamos rápido por ai para tentar evitar os olhares cortantes e evitamos sair ao anoitecer desacompanhadas. Somos livres e temos conquistado muitos direitos, mas de que adianta a liberdade se temos medo de sair de casa?

Minhas amigas feministas podem não gostar do que escrevo, dizendo que com esse medo estamos nos rebaixando, mas acho que até elas sentem isso. Ninguém gosta de sair e correr para os lugares, ficar com medo de pegar o metrô/ônibus. Se olhamos para eles com nosso olhar de indignação podemos entrar em uma fria ainda maior. Quantas vezes eu já não quis responder aos caras na frente deles, quando soltavam uma coisa dessa? Mas eu me segurei até estar bem longe, e ai sim eu xinguei até os antepassados do cara. Quantas vezes eu deixei de sair com minhas amigas por que elas teriam que pegar metro sozinhas? Quantas vezes não pude sair de noite por que meus pais ficavam com medo que algo acontecesse? Muitas vezes.

Hoje vi um texto muito legal no Facebook, da página Brasileiríssimos, que resumo bem isso que eu falei:
“Sou feminista. Dentre várias razões porque quando estou sozinha numa rua escura no meio da noite e escuto passas atrás de mim, apavoro. Olho para trás e percebo que não há sensação mais reconfortante do que ver uma mulher e eu sei que ela está aliviada em me ver também. Olhares que se trocam e silenciosamente dizem “obrigada”. (Nossa irmandade sempre existiu) #8demarço #DiaDeFlores #DiaDeLuta”

Renato Russo, vocalista do Legião Urbana também traduz tudo em partes de sua música Clarisse:
“Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar p'rá casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança e o tormento”
[...]
“A violência e a injustiça que existe
Contra todas as meninas e mulheres
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço”

Uma potterhead/semideusa chamada Petra Pinheiro ficou muito conhecida por seus cosplays de Calipso (PJ) e Alasca Young (Quem é você, Alasca?), mas também pela sua luta feminista no Facebook. Nesse dia de “comemoração”, sua postagem foi copiada e colada em várias páginas e por várias pessoas, traduzindo o sentimento de muitas mulheres que não veem esse dia como de vitória, mas sim como um dia para lembrar a desgraça contínua da mulher.

Não transe. 
Não beba. 
Não fale. 
Não discuta. 
Não use essa roupa. 
Não sente desta maneira. 
Não deixe os pelos crescerem. 
Não corte o cabelo tão curto. 
Não fale palavrão. 
Não pratique esportes. 
Não opine.
Mas, hey, sorria! Hoje é seu dia.
Seu dia, vadia. Promíscua. Bruxa. Vagabunda. Safada. Vitimista. Culpada. Puta. Burra. Fraca. Inferior. Cachorra. Feminazi.
Mas, hey, hoje é dia de alegria!
Alegria pra você, que foi guilhotinada. Queimada. Calada. Mutilada. Trancada. Estuprada. Oprimida. Abusada. Assediada. Maltratada. Privada.
Mas, hey, toma aqui uma flor!
Sorria.
E engula a dor.”

Palavras fortes que realmente entram na nossa cabeça. Entraram na minha.
Tirando a parte de luta e de dor, vou lembrar de muitas mulheres/meninas que lutaram bravamente por sua família, por seus amigos e por elas mesmas (dos livros que eu li). Mulheres que ajudam, mulheres que amam, mulheres que mesmo sendo mulheres, fazem melhor que muitos homens por ai.

1º Cassiopeia, A 5º Onda: pegou em armas pesadas, lutou contra alienígenas e andou por quilômetros acompanhada de seu provável assassino para tentar resgatar seu irmãozinho que havia sido levado pelos E.T.

Katniss Everdeen, Jogos Vorazes: lutou duas vezes na Arena e também contra a Capital, perdeu vários amigos, seu namorado perdeu a memória e tentou mala, fez de tudo para salvar a irmã, se arriscou para salvar seu amor durante os jogos e usou vestidos que pegavam fogo. Isso sim que é mulher guerreira.

3º Seis, Divergente: saiu da casa de sua família em uma tranquila vila de pessoas solidária para se aventurar nas profundezas, com pessoas que não conhecia, fazendo coisas que não fazia, como pegar em armas, atirar facas e matar pessoas, além de participar de uma revolução para salvar seus amigos e família.

4º Dora, Capitães da Areia: primeiro de tudo, QUE LIVRO FANTÁSTICO. Segundo, Dora se tornou órfã graças a epidemia de varíola que matou seus pais e com seu irmão mais novo foi obrigada a andar pelas ruas a procurar de abrigo e comida. Quando conheceu os Capitães da Areia, arrancou seu vestido, vestiu uma calça e passou a roubar com eles, a fugir com ele, a jogar com eles e a ser mãe, irmã e esposa deles. Lutou contra policiais e contra o orfanato até que sua nova família pudesse ajudá-la a voltar a correr pela rua.

5ºEver Bloom, Os Imortais: seus dias normais se tornaram confusos depois que seu segredo foi revelado para ela mesma. Lutou contra “pessoas” horríveis que queriam seu sangue e salvou seu namorado inúmeras vezes. Dominou a magia, os chakras, as pedras e as poções para ajudar seu amor, para que a eternidade fosse calma para os dois.

6ºAnnabeth Chase (que comece o fanatismo!!!) Percy Jackson: a filha de Atena já sofre desde pequena, quando fugiu de casa e, por sorte, achou dois semideuses que se tornaram sua nova família. Depois, um filho lerdo de Poseidon entrou no acampamento e a partir daí, só aventuras. Ajuda a resgatar o raio mestre de Zeus, se aventura no Mar de Monstros para salvar seu amigo bode e sua amiga árvore, divide o peso do céu com seu amigo (lenda de Atlas), se aventura no labirinto do Minotauro, é presenteada com o Notebook de Dédalo e luta ao lado de seus amigos e dos deuses contra o titã Cronos. Isso só na primeira série. Quando ela achou que tudo estava tudo resolvido e que teria paz com seu namorado enquanto fazia o novo projeto do Olimpo, ele desaparece misteriosamente e sua função agora é encontra-lo. Depois disso é obrigada a se aventurar pelos tuneis subterrâneos de Roma, seguindo a Marca de Atena e enfrentando seu pior pesadelo, Aracne, para levar a Atena Partenos para seu lar. Nem acabou a luta, Annabeth cai com seu namorado (SPOILER ALERT) nas profundezas do Tártaro e são obrigados a lutar contra tudo sozinhos. Para acabar com grande estilho, Annie e suas amigas Piper, Reyna e Hazel lutam contra todos os gigantes e ainda ajudam na luta contra Gaia! Será possível que essas meninas não tem um minuto de paz? Lembrando das participações da Annabeth nas aventuras dos irmãos Kane, que vem logo em seguida. Admiro muito a filha de Atena. Ela tem um namorado mas nunca foi frágil, nunca de seu por vencida e seu cérebro é seu maior aliado.

7° Sadie Kane, As Crônicas dos Kane: descendente de faraós poderosos, Sadia é rebelde e nada egípcia, mas com seu coturno e suas mechas roxas/vermelhas ela pode fazer qualquer coisa. Luta ao lado de seu irmão, Carter, em grandes aventuras e usa a magia dos hieróglifos a seu favor. Já salvou o irmão diversas vezes e nunca foge de uma luta, mesmo que seja nas profundezas do mundo egípcio, enquanto procura o livro de Rá.

8° Hermione Granger, Harry Potter: não poderia esquecer a bruxinha mais esperta de todas. Hermione é corajosa, inteligente, bonita e nunca abandona seus amigos onde quer que estejam. As aventuras dos bruxos todo mundo conhece e a bravura de Hermione nunca é contestada. Aprende rápido, domina muitos feitiços, luta por elfos sem direitos e está com seus amigos a maior parte do tempo.

9°Clary Fray, Instrumentos Mortais: a vida de Clary era a mais normal possível, mas quando o loiro natural Jace aparece, as coisas viram de cabeça para baixo. Descobre a realidade sobre anjos, demônios, runas e espadas serafins. Luta ao lado de seus amigos e de seu irmão contra os monstros, conhece fadas, lobisomens, vampiros e bruxos de tirar o fôlego. Clary ainda tem muito o que aprender para se tornar uma grande Caçadora de Sombras, mas depois de tudo que ela passou, ninguém duvida de sua garra e de sua força.

10°Alasca, Hazel, Margo e Lindsey, Quem é você, Alasca; A Culpa é das Estrelas; Cidades de Papel; O Teorema Katherine: as meninas do John Green. Uma característica em comum de todas é a força, não importa em que sentido nem em que história, todas elas seguram a barra com um sorriso no rosto. Sustentar a morte da mãe, ser e maior filosofa bêbada de todas, lutar contra um câncer que não tinha jeito, perder o namorado inesperadamente, sair explorando o mundo sem deixar recado, sem levar celular, sem nada, apenas ela e um carro e viver em uma pequena cidade sustentada pelo turismo e aguentar alguém como o Colin são coisas que só grandes mulheres podem fazer

11º Bella Swan, Saga Crepúsculo: ISSO MESMO QUE VOCÊ LEU, SE QUISER RECLAMAR VEM FALAR COMIGO. A adorável e amável Bella veio morar com seu pai na fria e úmida Forks e logo conhece seu príncipe encantado. NÃO, ela não é nenhuma heroína. NÃO, ela quase não luta. NÃO, isso não importa por que acima de tudo, Bella é mulher e vai contra tudo e contra todos para ficar com quem ama. Daria a vida para ficar ao lado de seu amor, vivendo aventuras pelo mundo enquanto e velhice só chega em números. A vampira passou por muita coisa, perdeu muito sangue e foi atirada para vários lados, mas isso não a fez desistir nem correr atrás dos pais. Continuou lá, crente no que seu coração dizia.

É provável que as pessoas comecem a falar “Ah, mas você esqueceu esse livro”, “Ah, mas você esqueceu essa personagem”, “Ah, mas você falou três horas da Annabeth e nem cinco minutos da Hermione”. Queridos leitores, eu escrevi dos livros que EU já li, poderia ficar horas escrevendo aqui, mas tenho certeza de que vocês não leriam tudo. Ainda faltou algumas de alguns livros como Game Of Thrones, Feita de Fumaça e Ossos e a serie Feios, mas eu só queria dar uma ideia geral das personagens fortes que existem nos livros e aquela coisa de donzela em perigo não existe mais. Todas nós somos guerreiras de todo dia. E sim, falei muito da Annabeth por que entre PJ e HP, eu fico com Percy Jackson, além de ainda não ter acabado de ler todos do Harry Potter (podem me crucificar. Não ligo).

De qualquer forma, fica aqui minha homenagem para as grandes mulheres do mundo, para as que revolucionaram, para as que vão revolucionar, para as que estão escritas e para as reais. Estamos todas juntas nessa luta diária que é ser mulher. Termino aqui com as palavras da minha, sua, nossa querida Hermione Granger:

"Se pararmos de nos definir pelo que não somos e começarmos a nós definir pelo que somos, todos poderemos ser mais livres e é sobre isso que é o HeForShe. É sobre liberdade."

"Você pode pensar: quem é essa menina de Harry Potter? O que ela está fazendo num palco na ONU? É uma boa questão e acreditem em mim, eu tenho me perguntado a mesma coisa. Não sei se sou qualificada para estar aqui. Tudo que eu sei é que eu me importo com esse problema. E quero melhorar isso."

Leia mais: http://www.mensagenscomamor.com/frases-de-famosos/discurso_emma_watson_onu.htm#ixzz3TwUm1tkZ

Muitos beijos!
Espero que tenham gostado
Cherry Suicide

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

34° postagem: Resenha 10 coisa que nós fizemos (e provavelmente não deveríamos)

Olá leitores,
 

  Ganhei esse livro de uma amiga querida em 2013, ela dizia que estávamos passando por uma faze que talvez o livro fizesse sentido, que talvez eu pudesse nos ver nas personagens que estão acabando o ensino médio. Acho que foi melhor eu ler agora, não sei se faria sentido se eu lesse aquele ano.

  Esse grande título conta a história de April, uma garota com 16 anos que estava passando por momentos difíceis com a família. Os pais estavam se separando e se mudando, mas ela quer ficar em sua cidade para acabar o ensino médio, não perder as amigas e o namorado, Noah, alto e magro, cabelos castanhos ondulados e olhos verdes (uhn...). Graças a algumas mentirinhas, April consegue ficar na casa de sua amiga, Vi, já que a mãe dela estava viajando e não voltaria tão cedo. A história começa logo no meio de uma confusão quando ela acorda com uma ligação do pai, mas depois ela vem desde o começo, contando tudo para que no final, a conflito se explique.

  Mentiras são um ponto forte no livro, já que ele foi escrito com base nas ladainhas que as meninas contaram ao pai de April. Ela estava se sentindo no paraíso. Uma casa só para ela e a amiga, muito dinheiro na conta bancaria, o carro velho da madrasta, muitas festas e novos amigos. Aprontaram de tudo, como o título diz. 1° Mentiram para os pais; 2° Brincaram de “eu nunca”; 3° Mataram aula; 4° Compraram uma hidromassagem; 5° ‘Saíram’ com os namorados; 6º Gastaram 3 mil dólares em Donut; 7° Abrigaram uma fugitiva; 8° Fizeram uma festa insana; 9° Promoveram o concurso de Mr. Teen Universo; 10° foram pegas invadindo. São com esses títulos que os capítulos são introduzidos. Eles são subdivididos em LETRAS MAIORES alguma vezes no decorrer da história.

  Me impressionei com o livro. Achava que ia ser mais um romance bobo, mas esse gênero está entre meus favoritos. Essas histórias de independência, escola e adolescência sempre me encantaram de um jeito que não posso explicar. Já falei disso em alguma resenha por ai e também explica por que um dos meus livros preferidos é “Quem é Você, Alasca?”.

Eu chamo esse tipo de livro de “estilo Meg Cabot”. É fácil de ler pelo seu tamanho, pelas folhas e pelas letras. Eu acabei esse livro em dois dias com 1 pausa para dormir, pois ele flui muito rápido, as páginas pequenas fazem com que você não para de ler e quando percebe já está no meio do livro. Ele parece ser grande, mas é por causa da folha, quando você começa não quer parar mais. Poderia ser simples, mas é gostoso de ler. Tem um toque irônico que podem fazer você dar boas gargalhadas, mas também conseguiu me causar um aperto no peito em alguns momentos. Não é tão previsível quanto eu achei, parei de ler por alguns segundo para respirar e entender a trama toda. Você fica com raiva, com dó, feliz e desejando ter uma hidromassagem rosa em uma casa só sua, mesmo que seja por alguns dias. Sarah Mlynowski, a autora, não foca em desenvolver personagens ou ambientes com muita atenção e nos mínimos detalhes, apenas uma pequena descrição física para podemos visualizar a pessoa e o resto ela desenvolve durante a narração. Isso não deixa a leitura cansativa e chata, fazendo os leitores irem mais rápido ainda. Para ser sincera, ainda não sei a cor da cabelo da April.

  Nada na vida de April é fácil. Nem a de suas amigas é normal. Embora o título diga que elas não deveriam ter feito, em nenhum momento eu senti que elas se arrependeram do que fizeram. Elas curtiram cada aventura e aprenderam com algumas situações, mas em nenhum momento eu li ou entendi que elas pensaram melhor depois e se culparam pelo que fizeram. Isso traz uma mensagem especial. Viva cada momento como o último, ouse acreditar que você vai conseguir o que deseja, aprenda com seus erros e siga em frente em situações difíceis, pois sempre vai ter alguém que estará lá, esperando para te levantes, te ajudar ou te achar. Clichê? Sim, mas também verdade.

Passagens favoritas

  “-Bom tamanha. Não é muito grande, nem muito pequena. Magra. O lobo não é muito grande. Excelente Orelha. Como é a outra?
  -Não é tão boa. Tem uma saliência esquisita, tipo Spock, no topo. - Ele se virou para me mostrar. – Sinta.
Gargalhei. O que estava fazendo gargalhando no Norwalk Emergency?
-Quer que eu sinta sua orelha?
-Fica estranho quando você diz assim. Apenas toque a pontinha.” Pág. 197


  “Ele puxou a toalha de mesa de volta por sobre a cabeça.
-Esse não é um lugar muito bom para se esconder- falei. - Mas, primeiro ajude, depois se esconda. Escravos, ativar! Preciso de vocês!” Pág. 277

Espero que tenham gostado
Nota CS: Perfeito
Muitos beijos
Cherry Suicide