Simples
e apaixonante. Mistura a ironia e o romance. Vemos a vida com outros olhos,
vemos a importância de não ser uma ilha, de não ser solitário. Pensamos de novo
em por que escolhemos os livros como um refúgio. “Nenhum
home é uma ilha; Cada livro é um mundo.” como diz a placa da livraria.
Nessa história vemos um homem, A.J. Fikry, carrancudo e rabugento após a morte de sua esposa, tomando conta da livraria Island Books na distante Alice Island, onde até balsa você precisa pegar para chegar. A vida de A.J. perdeu o sentido depois da morte de Nic. Ele bebia toda noite, abria e fechava a livraria quando bem queria e não se cuidava. Um dia, um livro raro foi roubado de sua casa, mas as investigações não deram em nada. Logo depois, um pacote chega a livraria de A.J. sem aviso e muda totalmente a vida do velho livreiro. Esse pacote está junto de A.J. durante o resto do livro e dá um novo sentido à vida do homem.
Gabrielle Zevin tem um estilo próprio de
escrita. No começo de cada capítulo ela escreve algumas linhas falando de
outros livros como se fosse A.J. escrevendo para alguém. No final, as resenhas dos
contos serão dadas a alguém que ajudou A.J. a reencontrar o amor, a não ser
solitário, a ver a vida novamente e com outros olhos. A autora divaga no presente e
no passado, conta os fatos de agora, mas que muitas vezes são justifica por ações do
passado. Eu adorei isso, pois fez com que todo o livro estivesse ligado, o
passado fez com que a maioria das coisas do futuro/presente acontecessem. São fantásticas
as pontes que a autora faz durante a história.
No livro nós também aprendemos um pouco de literatura.
Como qualquer estudioso e viciado em livro, A.J. nos explica a diferença entre
novelas, contos, histórias, os diferentes estilos que existes e fala tanto de livros
e autores antigos quanto de novos, citando A Menina que Rouba Livros, Percy Jackson (<3) e até se
declarando um nerd de carteirinha quando fala de Senhor dos Anéis.
Juntando uma história simples e perfeita com
uma paixão literária, A Vida do Livreiro A.J. Fikry nos mostra que mesmo quando
as coisas estão difíceis, os gestos mais simples e inusitados podem mudar nosso
dia, como uma encomenda ou uma passagem do nosso livro preferido.
De tão simples, a história encanta nossos
olhos e nossos corações com uma narrativa fluida e gostosa. Quando pegar o
ritmo, não vai mais conseguir parar de ler.
Eu indiquei esse livro na minha postagem do
Dia do Leitor(http://www.livronasferias.blogspot.com.br/2015/01/71-dia-do-leitor.html) por uma pequena frase escrita no final do marca página da capa. “Um
romance engraçado, delicado e comovente, que nos faz lembrar por que adoramos
ler e por que nos apaixonamos”. É exatamente isso que o livro nos passa. A
história toda gira em torno de uma livraria e como nos conquistamos o amor de
novo, o que na verdade é o amor e por que sentimos. Esse livro sem duvida pode
nos render boas horas refletindo sobre suas 186 páginas e sobre várias coisas do
cotidiano, principalmente se for na vida de um leitor.
Frase única sobre um evento do livro: Autores,
parem de dar uma de John Green, obrigada.
Passagens
favoritas:
“Lambiase
está comendo um doughnut, ato que tenta esconder, pois o clichê o deixa
envergonhado.” Pág.43
“Às
vezes os livros só nos encontram no momento certo.” Pág. 72
“[..]
‘Ninguém viaja sem proposito. Aqueles que estão perdidos querem estar perdidos.’” Pág.111
“Lemos
para saber que não estamos sós. Lemos porque estamos sós. Lemos e não estamos
sós. Não estamos sós.” Pág. 180
“É o medo secreto de que não é possível sermos
amados o que nos isola, mas é apenas porque estamos isolados que pensamos não
sermos amáveis. Certo dia, não se sabe quando, vai estar dirigindo por uma rua.
E certo dia, não se sabe quando, ele, ou ela, aliás, estará lá. Será amado
porque, pela primeira vez na vida, realmente não estará solitário. Terá
escolhido não estar solitário.” Pág. 115
Espero que tenham gostado da resenha
Nota CS: Livro da minha vida
Muitos beijos,
Cherry Suicide
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