terça-feira, 12 de janeiro de 2016

41° postagem: resenha HQ O Rei Amarelo

Em mais uma aventura com os quadrinhos...

 Me deparei no meio de uma fila da Comic Con Experience com um cartaz escrito: O Rei Amarelo e um desenho estranho na frente. Mais tarde quando voltei, descobri que atrás da estranha capa eu encontraria um mundo medonho resumido em 8 historias desenhadas e pensadas por autores e desenhistas diferentes.


  Há muito tempo eu tentei ler o livro O Rei Amarelo, 10 contos do autor Robert William Chambers, mas só acabei o primeiro. Achei a linguagem um pouco difícil por ser um livro lançado no séc. XIX, mas o estilo não poderia ser melhor. Li uma reportagem dele no dia das bruxas, sendo indicado como um ótimo livro gótico, mas contam as lendas que ele seria perfeito não fosse o fato de todos os que leem suas páginas são morbidamente afetados por elas. Segundo minhas pesquisas, os contos são ligados entre si e foram parte do que chamavam de weird fiction, o terror cósmico. Cercado de mitologia e suspense, você precisa se esforçar para entender o que Chambers passa para você em suas histórias. Só lendo para entender toda essa loucura que aparentemente penetra em você.


Nos quadrinhos a sensação não é diferente. São histórias diferentes que se passam em épocas diferentes e tem traços diferentes. Cada uma mais intrigante que a outra. Desde a relativização do homem pela tecnologia até possessões que levam pessoas a fazerem coisas absurdas, sendo conduzidas por uma força que tomou controle de tudo.... Reconhece? Parece exatamente o que o livro propõe. Além desses, temos desde Edgar Allan Poe em uma sociedade secreta até um casal descontruído pelas loucuras que invadiram a mente do homem. Desde rituais na floresta até uma embarcação fantasma controlada por ratos nojentos. Desde sacrifícios para a loucura até o repudio pelas “modinhas”. Todos os temas abordados de forma magnifica com desenhos que impressionam, chocam de tanto realismo, de tão detalhados que são. Mostram cenas chocantes que chegam a ser grotescas, têm profundidade, tem sentimento, as vezes eu sentia um aperto no coração de ver as imagens, mas as histórias são tão intrigantes que eu não conseguia parar de ler. Várias vezes tive que voltar e analisar cada quadro com mais calma, absorvendo cada traço, cada sentimento e sensação.

  O trabalho dos autores e artistas foi muito bem feito. Uma parceria que não podia ter dado mais certo. Além de capturar a essência sombria do livro original, em alguns contos eles apresentam problemas da nossa realidade atual, como se alguns males da sociedade fossem uma força que toma total controle de você até não sobrar mais nada “de você”. Não podia ser melhor. Parabenizo todos que participaram do projeto, brasileiro, com muito conteúdo e muito bem feito.

  A experiência do livro ficou ainda melhor quando eu conheci alguns dos autores/desenhista que fizeram parte da composição do quadrinho. Eles foram muito atenciosos, legais, engraçados e têm muito orgulho do que fizeram. Além dos autógrafos, tive a oportunidade de conhecer o trabalho deles e os segredos escondidos no meio do livro.

  Segundo o site Boca do Inferno ( http://bocadoinferno.com.br/artigos/2015/12/as-13-melhores-hqs-de-horror-e-ficcao-cientifica-de-2015/ ), O Rei Amarelo ficou em SEGUNDO lugar como Melhor HQ de Horror e Ficção Científica de 2015. Mais que merecido. 

Passagens Favoritas (com o mínimo de Spoiler):




















































Espero que tenham gostado
Muitos beijos

Cherry Suicide

Um comentário:

  1. Muito legal sua resenha, parabéns pelo blog! Foi muito legal participar desse projeto do Rei Amarelo. Abraço!

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