quinta-feira, 23 de julho de 2015

38° postagem: TAG- Cinco Histórias que Eu Gostaria de Viver

Olá leitores,


  Estou aqui hoje para fazer algo um pouco diferente. Minha última resenha (http://livronasferias.blogspot.com.br/2015/07/37-postagem-resenha-onde-lua-nao-esta.html) foi de um livro que eu não gostei muito e eu encontrei muita dificuldade para fazer a resenha, então vim compensar o post com uma TAG que eu descobri no blog “Minha Vida Literária” da Aione Simões (https://www.youtube.com/watch?v=_cGlxFvPQqA). A TAG chama 5 livros que você gostaria de viver.

  Acho que a minha primeira escolha não é segrego para ninguém:

1º Percy Jackson e os Olimpianos; Rick Riordan: Claro que essa é minha primeira escolha pelo fato de eu ter praticamente vivido esses livros. Eu cresci junto com o Percy e com todas as suas aventuras e em nenhum momento eu disse que não gostaria de estar lá. Pode ser um mundo perigoso e com baixa expectativa de vida, mas é como um sonho, tudo que aprendi sobre a Grécia virando realidade e finalmente alguma coisa ia quebrar a minha vida monótona. Não só a primeira coleção, mas também os Heróis do Olimpo (romanos ¬¬). Meios-sangues de São Paulo podem sentir essa vida por algumas horas nos encontros do Ibirapuera, mas eu acho que não seria tão boa com a espada, arco e flecha e luta assim repentinamente. Claro que já tenho isso no meu sangue, mas precisaria de um pouco de treino no Acampamento para realmente me dar bem.  

2º Feios; Scott Westerfeld: Com todo o seu ar futurístico e ao mesmo tempo crítico atual, a essa série tornou-se umas das minhas preferidas. O mundo de Tally é dividido em Vila Feia, onde os adolescentes de até 16 anos ficam, e Nova Perfeição, onde esses feios podem passar por diversas cirurgias e operações para mudar completamente aquilo que os tornam “feios”, tanto externamente quanto internamente, podendo ficar exatamente como sempre sonharam. Lá em Nova Perfeição é festa toda noite, farra, alegria, diversão e adrenalina, tudo que um adolescente poderia pedir. Porém existe um grupo nos limites da cidade chamado Fumaça. Lá todos são feios e quando a amiga de Tally some, o grupo de Especiais (como um exército) entra em guerra com os selvagens (que vivem na selva, não sanguinários, irracionais matadores.)
  Depois desse pequeno resumo, digo que escolhi esse livro porque Nova Perfeição parece um lugar simplesmente fantástico de se morar, onde tudo é possível e permitido e junto com esse sentimento adolescente encontramos também o clímax da história com muita aventura, lados para escolher, guerras, amores e mortes. Baladas + Guerra = tem coisa melhor em uma distopia?

3° Com Louvor; Cecily von Ziegesar: Esse seria aquele livro que passaria desapercebido na estante da livraria. Sem muita divulgação, pequeno e que não chama muita atenção. PORÉM, é um dos livros mais legais que eu já li. Ele conta a história de Shipley em sua nova vida na faculdade com um grupo nada homogêneo de amigos. Não tem monstros, não tem magia nem suspense. É só um livro real, que conta de um grupo de amigos que podemos encontrar em uma escola real e que podem ser até seus amigos. É só um ano de faculdade normal com coisas que adolescentes querem, novas sensações, novas experiências, novos sabores e novas amizades. Por isso que escolhi viver nele, é simples e bom. É novo, assim como o sentimento novo de estar em um lugar diferente com pessoas diferentes, ideias diferentes e vontades diferentes. 

4º O Circo da Noite; Erin Morgenstern: Se eu precisasse descrever esse livro em uma palavra ela seria: FANTÁSTICO. Por que ele é fantástico e por que ele é de literatura fantástica, minha preferida. É uma história linda e envolvente, tão bem estruturada e gostosa de ler que sem dúvida seria uma das minhas escolhas para viver. Consigo imaginar as tendas do circo, todas listradas, algumas altas outras baixas e em cada uma há uma surpresa mágica esperando. Sei que meus olhos lacrimejariam e brilhariam diante de tanta alegria, magia e emoção. É uma leitura muito gostosa de ser feita e agora...pensando bem... vou ler de novo só para fazer uma resenha, mas não sei se vou conseguir colocar no papel toda emoção que ele trás e todos os seus personagens envolventes. Sempre que penso nesse livro lembro de uma banda chamada Of Monsters and Men (https://www.youtube.com/watch?v=ghb6eDopW8Ias músicas e os clipes me lembram muito o ambiente do livro. 

5º Capitães da Areia; Jorge Amado: Não poderia deixar de falar do meu tão amado escritor brasileiro que viveu em um dos estados meus lindos e ricos do Brasil e conseguiu colocar tudo isso em uma série de livros fantásticos e também no meu preferido, Capitães da Areia. Parece estranho dizer que talvez eu quisesse viver na miséria, no frio, na fome, na dor e na luta de todo dia por um pouco de comida, mas...é a realidade de muitas pessoas. Seres humanos assim como nós vivem desse jeito, com fome, com frio, com dor e com medo. Não estou dizendo que quero isso, só acho que o que esses meninos passaram em um livro precisaria ser sentido por algumas pessoas para que caísse a ficha de que eles são como nós, o que nos separa é o pré-conceito que temos. Adoraria estar ao lado de Pedro Bala, João Grande, Professor, Dora, Sem Pernas e todos os meninos em suas aventuras, aventuras que não eram para derrotar um titã, ou um grupo rebelde, ou demônios, ou mortos vivos nem nada disso...é uma aventura para...viver. Lutam todo dia para isso e ainda pensam o que vão fazer no dia seguinte, porque para eles nada está garantido. Sentir o que eles sentiram, agir como um adulto na cruel realidade, sozinhos, quando na verdade eles têm apenas 13 ou 15 anos. Para ser realista com você leitor, não era algo que eu gostaria de sentir para sempre, seria mais como uma experiência de alguns dias. Não sei como conseguiria viver assim e também não sei como existem pessoas que vivem assim. Por isso é importante ajudar, é importante ser humano e não ignorar como se não fosse com você. É com a gente sim, isso que Amado mostrou. Somos tão culpados disso quanto qualquer um. Precisamos de consciência e de coração.

Espero que tenham gostado!
Muitos beijos
Cherry Suicide

terça-feira, 21 de julho de 2015

37° postagem: resenha Onde a Lua não Está

Olá leitores,

  Foi difícil imaginar uma introdução para essa resenha, assim como foi difícil para mim “sentir” realmente o primeiro romance de Nathan Filer, um enfermeiro da ala de saúde metal.
  A história em si não tem nada surpreendente quando lemos a sinopse, o que me fez comprar o livro foi a declaração que ele nos dá atrás:

“Vou te contar o que aconteceu porque será uma boa maneira de apresentar meu irmão. O nome dele é Simon. Acho que você vai gostar dele. Eu gosto de verdade. Mas daqui algumas páginas, ele estará morto. E ele nunca mais foi o mesmo depois disso. ”.
Pensava que seria alguma história fantasiosa de um menino e seu falecido irmão, mas é totalmente diferente.  

  Matthew conta sua história em dois locais, no apartamento e no manicômio. Ele usa o computador da instituição e uma máquina de datilografar que ganhou de sua avó, por isso durante a leitura nos deparamos com dois tipos diferentes de letra. Ele conta de sua infância, da sua viajem com Simon, seu irmão que tem Síndrome de Down, e com sua família, conta o quanto foi difícil quando o irmão morreu e a partir daí o que aconteceu na sua vida.

  No meio do livro nos deparamos com palavras espaçadas, desenhos feitos por Matt e até uma árvore genealógica quando ele tenta descobrir de onde vem sua doença, além de cartas e as letras diferentes.

  Eu achei um tanto quanto confuso. Me perdi na passagem de um tempo para outro e Matt não prendeu minha atenção em nenhum momento. Algumas de suas reflexões são interessantes, mas realmente não foi uma leitura muito fluida.

  Acredito que quem goste de “As vantagens de ser invisível” vá gostar do livro pela questão do doente mental, dos problemas com isso, como ele reage na sociedade e como ele se sente, mas também não é via de regra, porque eu sou apaixonada pelas Vantagens e não gostei de Onde a Lua não Está. Mas basicamente, é a história de um doente mental e da sua vida como doente. De certa forma precisava ser espontâneo, sem muitas ligações fluidas, sem muita clareza, porque a cabeça dele não é clara, imagina tentar colocar essa confusão no papel.



  Acho que Nathan deve continuar se aventurando nesse mundo da escrita e continuar escrevendo sobre o que entende e o que vive, por que tem gente que achou muito legal sua escrita, nova e diferente.

Escala CS: Bom
Passagens favoritas:

“Quando Ashley Stone estava morrendo de meningite, talvez ele soubesse que estava morrendo, mas sua meningite não sabia. A meningite não sabe de nada. Mas minha doença sabe de tudo que eu sei. Isso era uma coisa difícil de lidar mentalmente, mas no momento em que eu entendi, minha doença entendeu também. ” Pág. 67

“Olá, meu nome é o seu potencial. Mas pode me chamar de impossível. Eu sou as oportunidades perdidas. Sou as expectativas que você nunca vai cumprir. Sempre estou implicando com você, por mais que tenha esperança. ” pág.107

“E houve outros momentos em que me permiti esquecer. Toda manhã de despertar, de acreditar pelo mais breve instante que tudo era normal, tudo estava bem, antes do chute nas entranhas me lembrar que não estava. ” Pág.232


Espero que tenham gostado 
Muitos beijos 
Cherry Suicide

quarta-feira, 1 de julho de 2015

36º postagem: resenha Boneca de Ossos

Olá leitores,

  Hoje venho aqui, depois de muitos meses, começar mais uma temporada de resenhas (assim espero) dos meus livros de férias. Começando com chave de ouro com um dos sucessos de Holly Black e um dos livros do novo portal da Novo Conceito (#irado), Boneca de Ossos.
  Todos sabem que Black surgiu com a fama de livros de suspense e terror, mas confesso que só fui atrás do trabalho dela quando lançou um livro em parceria com Cassandra Clare chamada “O Desafio de Ferro”, porém acredito que seja um livro mais de aventura, como os de Cassie, do que propriamente um de suspense.

  Boneca de Ossos conta de a história de 3 amigos: Poppy, que aparenta ser a manda chuva das brincadeiras, uma ruivinha esquentadinha e que precisa de tudo do seu jeito; Zach, um menino em fase de crescimento que descobre, além do seu talento para criar histórias, um grande dom para o basquete, acreditando ser esse o único motivo do pai gostar dele; e Alice, uma órfã superprotegida pela sua avó, engajada no clube de teatro da escola e que também ama criar histórias. Aparentemente os três tem 12 anos e quando estão juntos gostam de brincar com seus bonecos, inventando histórias gigantes, que não terminam em um dia. Um dos personagens da atual brincadeira é uma boneca antiga de porcelana muito fina que eles chamam de Rainha, que fica trancada na cristaleira da mãe de Poppy. Eles começaram a adotar um nome para ela e dizer que ela morava em um castelo de cristal por que tinham medo dela, dos seus olhos meio abertos meio fechados e da palidez da porcelana...tão fina. Um dia, graças a uma reviravolta na vida de Zach, Poppy acaba tirando a boneca da cristaleira, chama Alice no meio da noite, acordam o menino para começarem uma aventura assustadora e ao mesmo tempo, diferente do que eu costumo ler. Só vão saber ser lerem.

  O que eu realmente queria falar é sobre o jeito que Black escreve, como se as crianças do livro fossem “normais” assim como nós, que lessem livros com personagens que se metem nas maiores aventuras e que quisessem vive-las também, mas estão no mundo real. Holly usa a 3ª pessoa, mas foca em Zach durante a história e, em um momento durante a jornada, descreve os pensamentos do menino: nos livros que lia, existiam grandes paisagens e perigosos inimigos (citando orcs e elfos- Senhor dos Anéis), enquanto na caminhada dele só via prédios, fabricas e um boliche, sendo seu único inimigo para lutar uma nuvem de moscas. Diz também que heróis pareciam não se importar com o sol, que Aragorn (Senhor dos Anéis, de novo) e Percy (SIM, PERCY JACKSON MEUS CAROS LEITORES \o/) não usavam protetor solar (Capítulo 10). Eu sou essa criança que lê desde pequena, que espera a carta de Hogwarts, que espera meu Sátiro, que espera um mago bater na minha porta me chamando para uma aventura, que espera algum dia encontrar alguém diferente para amar e que esse alguém me de grandes aventuras, que espera desenvolver um poder, ganhar uma missão, fazer algo diferente da monótona vida real. Holly diz, com as palavras de Poppy e os pensamentos de Zach, algo como: quando você cresce, descobre que as histórias eram mentira e não tem outro jeito de viver além da mesma vida chata e amarga. Pessoalmente, se crescer é perder toda minha imaginação, esperança e alegria de viver, eu não quero.
  Essa constante que é “crescer” acompanha o livro durante toda a trama. Começou com o pai de Zach e a atrocidade cometida por ele que, de certa forma, levou à grande aventura. Logo em seguida, o menino diz para as amigas que não quer mais brincar, o que leva Poppy a ficar muito nervosa. Ela começou a sentir que seus amigos estavam crescendo e ela estava ficando estranha. Zach ia ficar com os meninos do basquete paquerando as garotas e Alice ia ficar junto com seu grupo de teatro e fazendo coisas de menina crescida, tornando-se vaidosa e pensando em garotos. A ruivinha estava com medo de perder seus amigos, medo que eles fossem grandes demais para continuar brincando e inventando histórias com ela.

  Em uma tentativa desesperada de não perder seus amigos e acabar a aventura com Zach, mesmo o garoto insistindo que não podia mais brincar (problema com o pai), Poppy reúne a turma com uma história assustadora e uma missão para ser cumprida. No desenrolar, começamos a nos questionar se ela inventou tudo aquilo para tentar reunir os amigos ou se tudo era verdade mesmo, será que eles não estavam grandinhos demais para acreditar em história de fantasmas? De tão irreal e medonha que era a história, Zach e Alice tentam levar na brincadeira até a última gota, indo por causa da amiga, mas não tinha mais jeito de negar o que estava acontecendo.

  Como comentei no começo, a Novo Conceito criou essa nova plataforma chamada #irado que tem como objetivo o público juvenil e eu achei uma ideia muito esperta. A plataforma é toda colorida e apresenta os livros que são indicados para o público jovem, e pelo visto são histórias de crianças com aventuras, como essa da Boneca de Ossos.
  Apesar de ser um livro infantil eu achei a narrativa muito legal, fluida, gostosa de ler, tanto que acabei em dois dias. Comi suas 217 páginas com alguns calafrios de medo, que é o objetivo, e realmente entrei no sentimento das crianças que estão crescendo, com medo, incertezas e tudo mais. As ilustrações no meio do livro são um Up na nossa imaginação, ajudando a pensar nos momentos, nos lugares, nas crianças e naquela boneca sinistra #peloamor
Não é nem uma pitadinha, mas sim um grão de sal de romance no livro que, para leitores acostumados, sabe que poderá acontecer, mas quando é revelado para um jovem leitor tona-se um fato diferente e emocionante. Não é aquela coisa melosa de abraços e beijos e choro e tal, é tão básica e objetiva quando um romance dessa idade. Perfeito.
  No código de barra onde geralmente encontramos a editora vemos o símbolo do #irado e algumas carinhas que “filtram” o que vamos encontrar no livro. No Boneca de Ossos vemos alguns como Terror (realmente temos calafrios), Aventura (que toda criança quer viver) e Mistério (vamos descobrindo as coisas até a última página). É realmente uma ótima forma de incentivar a leitura.


Passagens favoritas:

“Por isso Zack adorava brincar: aqueles momentos em que ele parecia acessar outro mundo, que parecia mais real que qualquer outra coisa. Aquilo era algo que ele não queria abrir mão jamais” pág.8

“Ele se pergunta se crescer era descobrir que a maioria das histórias não passava de mentira.” Pág. 70

“Mas Zack queria que eles [fantasmas] fossem reais, queria desesperadamente. Se fossem reais, então talvez o mundo fosse grande o bastante para ter mágica. E, se existe mágica, talvez nem todo mundo tivesse que ter uma história como a do seu pai, uma história do tipo que todos os adultos que ele conhecia contavam, sobre desistir e crescer amargo.” Pág. 107

“Ele também não pensou que o sol estaria tão quente. Quando juntou suas provisões, ele não pensou em levar protetor solar. Aragorn nunca usava protetor solar. Taran nunca usava protetor solar. Percy nunca usava protetor solar. Porém, apesar de todo o precedente para não usá-lo, ele tinha certeza de que seu nariz estaria vermelho feito uma lagosta da próxima vez que olhasse no espelho.” Pág. 121 e capítulo 10 até 5º parágrafo.

Escala CS para classificação de livros: Perfeito

Espero que tenham gostado
Muitos beijos
Cherry Suicide