segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

40º postagem: resenha A vida oculta de Fernando Pessoa

Olá leitores,
Depois de muito tempo ausente, voltei para tentar recuperar o tempo perdido.

Atualmente, os quadrinhos veem crescendo muito rapidamente, proporcionando uma nova forma de leitura. Seus diferentes estilos, desenhistas, escritores e formas proporcionam uma leitura rica e com muita imaginação. Mas eles não ficam mais restritos aos super-heróis, hoje qualquer história, qualquer livro e qualquer sonho pode tornar-se um quadrinho.
Eventos como a “Comic Con Experience” trazem desde as celebridades dos quadrinhos até os ainda ocultos, que muitas vezes apresentam trabalhos fantásticos.

Hoje vou apresentar A vida Oculta de Fernando Pessoa.
A maioria das pessoas conhece esse autor português das aulas de literatura, em poemas como Autopsicografia (O poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente) e Tabacaria (Não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada, à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo). Nessa outra versão da história do renomado escritor, Fernando descobre que pertence a uma sociedade secreta que protege o mundo de um mal, uma “doença”. Ele é obrigado a matar as pessoas com esse mal para evitar que ele continue se espalhando. Após a morte, ele escreve um poema e usa o nome do morto.
Um dia, os seus superiores chegam com uma última missão: matar Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Para quem não conhece muito, esses nomes são apenas mais outros três, mas no mundo real esses homens são os heterônimos de Fernando Pessoa. Heterônimo é “uma personagem fictícia, criada por escritores cujo objetivo é tentar compreender e propagar diferentes maneiras de ver a realidade exterior/interior” {Dicionário Informal}. Esses homens são parte da alma do autor na vida real e que foram desenhados como pessoas nos quadrinhos. Cada um tem uma característica da alma de Fernando na vida real. Ele se identificou com cada uma das personagens de um jeito diferente, pois eles ainda não estavam completamente doentes, entrando em contato com o pensamento de cada um, desde o bucolismo de Caeiro até a angustia existencial de Campos. Os poemas no final de cada morte tinham o estilo de cada um dos heterônimos.

Além de ser uma história com partes emocionantes, no final temos uma galeria de desenhos de outros desenhistas, uma amostra de como os quadrinhos foram feitos e uma explicação sobre o estilo de escrita de Fernando Pessoa e dos seus três principais heterônimos citados, pois na verdade são 127 “pessoas” dentro dele. Aí você pode perceber o quão complexa era a alma de Pessoa.


Ilustrado por Alexandre Leoni e escrito por André F. Morgado, A vida oculta de Fernando Pessoa pode ter um viés didático, uma nova forma de ensinar as pessoas que não se dão muito bem com as páginas sem imagens, mas também é um trabalho de arte e criatividade fantástico que deve ser experimentado por todos. Quem sabe as escolas adotem como uma forma de incentivar a leitura dos clássicos?! Quem não adora leu um quadrinho J ?

Passagens favoritas

“A morte é uma curva na estrada, morrer é só não ser visto... se escuto, eu te oiço a passada. Existir como eu existo... ainda hoje me pergunto: quem sou eu afinal? Mantenho vivas as memórias dos infortunados, que me entram e em mim habitam. E ao escrever em seu nome... encontro a serenidade que preciso para viver mais um dia. Fará isso de mim alguém? ”  pág. 13

“Alberto Caeiro: normal, normal... digamos que não. Mas sabe o que lhe digo? De que vale pensar tanto no amanhã se, para isso, desperdiço o meu viver no presente? ” pág. 32



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pág.36


Espero que tenham gostado. Amanhã terá mais um especial com um quadrinho.

Artes preferidas:  




























Beijos
Cherry Suicide